Entrevista publicada na Revista "La Vanguardia" em Espanha com o teólogo Llogari Pujol (foto ao lado).
Dados pessoais do entrevistado: Tenho 62 anos e nasci em Taradell (Barcelona, Espanha). Fui Sacerdote, sou teólogo e investigo as fontes egípcias dos Evangelhos. Casei-me com a historiadora Claude-Brigitte Carcenac e temos dois filhos: Laetititia (20 anos) y Joan Tomás (14 anos).
Sou agnóstico. Os evangelistas construíram a vida de Jesus utilizando textos egípcios.
Comentário da Revista: Llogari Pujol amava tanto a Jesus que entrou no Seminário de Vic. Passou lá 7 anos, tornou-se Sacerdote, mas ele necessitava saber mais sobre Jesus, sabê-lo tudo, e para isso foi para a Universidade de Estraburgo. Fez-se teólogo, estudou durante 10 anos textos bíblicos e egípcios, aprendendo demótico em Sorbonne - Paris (com Mme. De Cenival) para ler nos textos originais. Descobrir que os Evangelhos copiavam os textos egípcios abalou-o e adoeceu-o. Perdeu a fé, deixou o sacerdócio. Casou-se com uma companheira de estudos e juntos escreveram "Jesus, 3000 anos antes de Cristo".
Entrevista:
- Natal: o filho de Deus nasceu. Mas não faz 2000 anos.
- Há uma defasagem no calendário de três ou quatro anos, não?
- Não me refiro a isso: eu falo que faz 5000 anos! A idéia do menino-deus nasceu 3000 anos antes de Cristo.
- Como? A que menino-deus se refere?
- Ao Faraó. À figura do Faraó do Antigo Egito: ele era considerado "filho de Deus".
- Não vejo a relação entre o Faraó e Jesus.
- É essa: a Jesus se lhe atribuíram os ensinamentos e os rasgos característicos do Faraó.
- Bom, quiçá haja coincidências, mas...
- Os paralelismos são infinitos! Veja: Já 3000 anos a.C. o Faraó era considerado filho de deus: como Jesus. O Faraó era ao mesmo tempo humano e divino: como Jesus. Sua concepção era anunciada à mãe: como Jesus. O Faraó ressuscita: como Jesus. O Faraó ascende aos céus: com Jesus.
- Jesus é um clone do Faraó? Que coisa...
- Você sabe a oração que nos dizem que Jesus criou e ensinou: o Pai-Nosso?
- É claro. "Pai nosso que estais no céu, santificado seja teu nome...."
- Pois essa oração se encontra em um texto egípcio do ano 1000 a.C! Conhecido como "Oração do Cego". Nesse mesmo texto estão também as que logo seriam as Bem-aventuranças de Jesus. Ouça-me, toda a teologia do Antigo Egito manifestar-se-á em Jesus.
- Sim? Assegura que é assim?
- E não só isso. Também o Antigo Testamento (600 a.C.) está impregnado do monoteísmo do Faraó Akenathon (1360 a.C.).
- Voltemos a Jesus: sua concepção divina....
- A teogamia (matrimônios divino) vem do Egito. Deus engendra em uma rainha o novo Faraó. E há um texto egípcio (em demótico) do ano 550 a.C., "O Conto de Satmi", que relata isso: "A sombra de deus apareceu a Mahitulket e lhe anunciou: 'Terás um filho e ele se chamará Si-Osiris'."
- O anjo da anunciação, Maria...
- Muito bem. Digo-lhe o que significa Mahitulket: cheia de vida. E Si-Osiris significa filho de Osíris.
- E quem é Satmi nesse conto?
- O esposo de Mahitulket. Satmi significa "o que acata a Deus": igual se fará com José, chamado "o justo" pelos Evangelhos.
- Herodes quer matar a Jesus...
- Na mitologia egípcia Seth quer matar ao bebê Hórus, e sua mãe, Ísis, foge com ele: assim como a Sagrada Família.
- E o ouro, o incenso e a mirra?
- Os egípcios os tinham como emanações do deus Rá. O ouro era sua carne, o incenso seu perfume, a mirra sua germinação.
- E os pastores?
- A imagem do bom pastor está pintada em centenas de vezes em templos egípcios.
- E a circuncisão de Jesus?
- Esse ritual era entre os sacerdotes egípcios. E no conto de Satmi, Si-Osíris, aos 12 anos, discute frente a frente com os sábios do templo. Como Jesus, nos Evangelhos!
- E do batismo de Jesus, o que me diz?
- Contemple esta imagem de um sacerdote: está batizando o Faraó com água do Nilo. Tudo está em antigos textos, pinturas e baixo-relevos egípcios. Olhe este, do ano 3000 a.C.: o rei Ptolomeu está prostrado ante Ísis e ela lhe diz: "Dar-te-ei todos os reinos da terra". Nos Evangelhos, Satanás tentará Jesus copiando isso, palavra por palavra.
- E que me diz dos milagres de Jesus?
- Vê esta pintura de um banquete? Está na tumba egípcia de Paheri (1500 a.C.): encena a conversão de água em vinho pelo Faraó. O mesmo milagre que fará Jesus nas Bodas de Canaã. E conte as jarras...
- Uma, duas, três... seis jarras. E daí?
- No milagre de Jesus, as jarras são seis. Os teólogos ainda se perguntam: por que seis? Pois se copiou do relato egípcio.
- Também o Faraó fez o milagre de multiplicar pães e peixes?
- Não, isso o fez o deus Sobk, como conta o "Textos da Pirâmide" do ano 3000 a.C. Sobk é o deus crocodilo e dá pescado e pão branco às pessoas da margem do lago Faium... E caminha por sobre as águas. Já captou?
- Já...
- E uma curiosidade: nas pinturas góticas sobre as cenas da pesca milagrosas dos apóstolos foi descoberto que os peixes são "tilápias nilóticas", espécie que só existe no rio Nilo.
- Algum outro paralelismo?
- O relato de Sinuhé (2000 a.C): é um príncipe que teme reinar, e se vai da corte ao deserto, entre beduínos e calamidades...
- Mas Jesus entra triunfal em Jerusalém!
- Sim, já como "rei"... e sobre um asno. Ou seja, vencedor sobre o mal: o asno no Egito era Seth, o deus que matou a Osíris e ao que o filho deste, Hórus submete e monta.
- E sobre a última ceia?
- Osíris, deus do trigo, ao morrer cada ano, permitia aos egípcios alimentar-se com seu corpo (pão). Nos "Textos das Pirâmides", se chama também "Senhor do vinho". E Osíris dá a beber seu sangue em um copo a Ísis, para que ela o lembre depois de sua morte!
- A ressurreição e ascensão de Jesus são também imitação da teologia faraônica?
- Isso mantenho: existia um ritual de "ressurreição" do Faraó morto - intervinham mulheres - após o que "ascendia aos céus".
- Jesus reproduziu pela consciência esses padrões, ou lhes deram os evangelistas?
- Minha tese é outra: os Evangelhos foram compostos por eruditos sacerdotes judeu-egípcios do templo de Serapis em Sakkara (Egito): traduziram palavra por palavra textos egípcios. Logo contarei tudo em um
livro.
Entrevistador: Victor M. Amela