segunda-feira, 27 de abril de 2009

Brasil está entre maiores da economia mundial, diz FMI

Para diretor-geral, papel brasileiro é mais importante que ampliar cotas destinadas ao país dentro do Fundo.

Da BBC Brasil em Washington - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, acredita que o Brasil caminha para ser ''um dos maiores nomes da economia mundial'', e que o papel brasileiro junto à comunidade internacional é mais importante do que o fato de o país ainda contar com uma representação dentro do Fundo aquém do peso de sua economia. Os comentários de Strauss-Kahn foram feitos neste domingo, durante a entrevista coletiva realizada por ele e o presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, para marcar o encerramento da reunião de primavera do Fundo e do Bird. ''O Brasil está se tornando um dos maiores nomes da economia mundial. E a importância do Brasil na cena internacional, o papel desempenhado pelo presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva), são o que fazem do Brasil mais importante do que o tamanho das cotas'', afirmou Strauss-Kahn. As cotas destinadas aos países que integram o fundo determinam o poder de voto de cada nação dentro do FMI. Inicialmente, as cotas visavam ser condizentes com o peso econômico de cada país, mas atualmente elas não refletem mais o crescente peso econômico das nações emergentes. No início deste ano, o tamanho da cota brasileira aumentou de 1,4% para 1,7%. ''Isso não mudou muita coisa'', reconheceu o diretor do Fundo. Mas acrescentou: ''Não estou dizendo que as mudanças de cotas não sejam importantes, porque a cota tem que estar alinhada com a realidade da vida econômica, mas China, Índia e Brasil não estão esperando por uma nova mudança de cotas para ser ouvidas dentro do FMI''.

BRICs

Entres demais países que constituem o chamado bloco dos BRICs (formado pelas iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China), os russos contam com 2,7%; os chineses, com 3,7%; e a Índia, 1,9%. Em contrapartida, os Estados Unidos possuem 17,1% dos votos, e um país como a Suíça possui 1,6%. Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, em Washington, que os BRICs concordaram que não fariam novos aportes financeiros ao FMI a não ser que o fundo ofereça instrumentos flexíveis que confiram maior poder aos emergentes. Entre as mudanças que Mantega disse ter surgido da negociação com os BRICs estava a de permitir que as nações que fizerem doações possam determinar que países ou regiões possam receber os novos empréstimos. Ampliação No sábado, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, disse que os Estados Unidos defendem a ampliação do papel dos emergentes dentro do FMI, através da revisão do sistema de cotas até 2011 - o mesmo prazo pretendido pelos BRICs. Mas, neste domingo, o ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, disse, em Washington, durante a reunião do Fundo e o Bird, que os países ricos ainda resistem à ideia de ampliar a representação das economias ascendentes. ''Nós temos encontrado uma atitude fria e até de resistência. Os países que lideram não estão com pressa. Essa foi a principal discussão da reunião do FMI'', comentou Kudrin. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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