sábado, 11 de abril de 2009

UNIVERSO EM DESENCANTO


Apreciações do Professor Gaspar S.M. Rodrigues Pereira
Prof. De Mecânica Celeste da UFRJ e UFF


Achamos o livro UNIVERSO EM DESENCANTO , notável pelas revelações que contém sobre os problemas cruciais da existência humana.
A leitura, a partir das primeiras páginas, poderá não despertar o interesse do leitor desatento e dotado de alguma formação científica.
Isto é explicável por que o livro visa á humanidade e não aos homens de ciência de um modo particular. Se porém a leitura for feita de forma reflexiva, tudo mudará e as verdades envolventes que emanam de suas páginas dominarão por fim.
O livro contém somente verdade e ensina usá-las no interesse da Redenção dos homens. A linguagem é específica, violenta, por vezes, assemântica, atribuindo conteúdo novo a vocábulos, criando outros ; recorre á imagem e processos elementares. Afasta-se dos Cânons da ciência e das filosofias oficiais. Mas comunica o conhecimento substancial, atingindo assim, a meta.
O homem culto não deve perder de vista que a linguagem é uma estrutura lógica-formal edificada para comunicar o pensamento e que uma teoria pode ser exposta fazendo uso de diversas linguagens, (linguagens e não língua, cumpre distinguir as duas categorias).
A escolha de uma determinada linguagem é uma questão de comodidade, apenas. O livro fez a sua opção.
A linguagem usada no livro o UNIVERSO EM DESENCANTO é, segundo nos parece, a mais indicada, pela leveza e pelo poder de comunicação sem restrição de leitores, que oferece.
O livro é uma obra de cosmogonia, no sentido amplo metafísico do conceito, em que se introduz e se explica a concepção do Universo, a sua origem é o seu termo, a partir de uma realidade suprema, de um metauniverso a que denomina: MUNDO RACIONAL.
Esta realidade nos é dada como uma revelação vinda de poderes que transcendem os poderes humanos. Ela associa a intuição à razão; é intuitiva e não contrária às normas de razão; é a fusão da origem da causa e do efeito, como realidade inicial, porque não há efeito sem causa.
Ali encontramos esclarecido o mistério da vida. A vida encontra-se como um tecido que vincula os seres Racionais que somos, ao cosmo. Cosmo este, que se apresenta como o antimundo do metauniverso, realidade inicial. O livro revela que esta vida nos mantém fora do nosso verdadeiro “habitat”, que é o MUNDO RACIONAL.
E diz que isso, a nossa queda daquele paraíso, aconteceu porque os seres ali vivendo, no SUPER MUNDO RACIONAL são livres, como exige a condição de seres perfeitamente felizes. Podiam usar do livre arbítrio e optar pelo Grande Mundo ou antimundo, e somos nós, que fizeram a Segunda opção, aqui se encontram e travam a batalha da vida: quem nasce deve morrer.
Mas a morte não significa o aniquilamento, esclarece-nos o livro, A morte é apenas um ponto singular da nossa trajetória através da vida. O nosso referência vinculatório jamais desaparecerá: ele está no MUNDO RACIONAL. Cabe-nos tomar consciência dessa situação de fato e o livro no-la dá. É só lê-lo com atenção e persistência, para constatar.
O Cultivo das ciências e das artes são manifestações desse sentimento, traduzem o esforço obstinado da procura da posição de equilíbrio definitivo, da felicidade, em suma: obstinação que caracteriza o ser humano. Esta felicidade realizar-se-á com o retorno à base de partida, o Metauniverso, o MUNDO RACIONAL.
Mostra-nos o livro, na forma lingüística peculiar, com beleza, por vezes poética, que vivemos o século da redenção. O desenvolvimento da ciência e da filosofia científica contemporânea: a derrocada do misticismo puro, o descrédito geral que paira sobre a velha tábua de valores; a angústia irredutível da humanidade; a descrença generalizada da juventude na ordem até aqui instituída, que a faz procurar novos caminhos, tudo isto preparou e amadureceu a humanidade para o reencontro consigo mesmo.

Esse livro grande no conteúdo e simples na forma, mostra-nos que o reencontro acontecerá no conhecer o que é CULTURA RACIONAL, que é a Cultura do metauniverso perfeito de onde viemos.
Como conseguirá a humanidade entrar na VIDA RACIONAL que a conduzirá ao destino último? A resposta encontra-se no livro UNIVERSO EM DESENCATO e é simples como são as grandes verdade.
Lendo e relendo esse livro, código da verdade, de modo a criar um estado consciente, denominado no livro de IMUNIZAÇÃO RACIONAL. Neste estado o ser humano passa a Ter contato direto com os habitantes do MUNDO RACIONAL, com os quais estabelecerá diálogo e então, o seu equilíbrio realizar-se á e isso significará que a morte irá lhe abrir a porta para a Redenção Eterna. Morrer neste estado é perder a individualidade para ingressar na vida universal – a Eternidade, de que falava o grande biologista inglês Haldane.
O livro ainda nos ensina: no mundo em que vivemos há progresso material, mas a evolução criadora, bem diferente do simples progresso, é apanágio do Metauniverso perfeito de nossa Origem . Aqui é o reino da contradição e da injustiça, características do mundo em progresso de deformação e de decomposição. Este mundo é obra dos homens e deverá desaparecer com eles. O homem é senhor do seu destino e as entidades Supremas interferem na vida do antimundo, o qual está sob o governo dos homens.
O estudo e o conhecimento deste mundo em que vivemos nos permite isolar as constantes do Metauniverso, cuja existência é certa, de modo a nos habilitar a compreendê-lo cada vez mais. Passamos, assim a Ter consciência clara de nossa posição face ao cosmo e a vida.
Em vez de partir, para explicar o Universo, da existência de um grande criador, o livro nos revela a existência do objeto criado, o Metauniverso, com toda a sua complexidade. Esta posição é, como não podia deixar de ser, a posição certa do homem de ciência.
Tem-se assim, um supremo princípio postulado, a bem dizer, único. A partir daí os processos interferenciais da razão aliados à intuição nos permitem construir uma imagem da grande realidade que nos é revelada no livro. Essa é também a posição de Russel partir do objeto criado e não do criador.
O conhecimento desse Universo Superior, de onde viemos e para onde vamos retornar, é suficiente para satisfazer o desejo humano de explicação dos mistérios da vida.
Os trabalhos da lógica moderna, em que pontificam um Kurt Godel, o maior dos lógicos vivos e um Paulo Cohen, homem que resolveu recentemente o célebre problema conhecido no domínio das filosofia, da matemática, como HIPÓTESE DO CONTÍNUO, nos permitem dizer que a pergunta: quem criou esse Metauniverso? É desprovida de sentido e não pode ser corretamente formulada pela humanidade e sim definida de principio a fim pelo RACIONAL SUPERIOR, um ser Superior, do Super Mundo Racional.
A profunda corrente do pensamento filosófico cosmológico, que vem dos racionalistas gregos Tales e Anaximandro, este o maior pensador de seu tempo (611 a 545 A.C.) passando por Platão e terminando na cosmogonia intuicionista de Bergson, encontra-se nos seus elementos substanciais, representada nesse livro singular.
Isso, aliado ao fato de que o livro nasceu no Rio de Janeiro, da pena de um homem de cultura cósmica, que está redigido em linguagem modesta, sem pretensões científicas, levamos a convicção de que esse homem é um iluminado e esse livro fonte da verdade, é de origem superior.
O livro faz questão de acentuar: o seu conteúdo não é ciência, nem filosofia, nem religião e sim um conhecimento natural, quer dizer, intrínseco e huno.
A redenção em linguagem popular deixa intacta a substância profunda das verdades que anuncia, as quais estão ao alcance imediato dos homens que devem se animar, em benefício próprio, a ler este grande livro, cuja importância para a humanidade atual é decisiva.

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