O ginseng é um dos
fitoterápicos mais utilizados em todo o mundo. O gênero dessa erva compreende
cinco espécies de plantas de crescimento lento e vida longa, cultivadas em todo
o mundo, mas especialmente em países de clima mais ameno. Essa planta vem sendo
utilizada há séculos na medicina chinesa e até mesmo pelos nativos
norte-americanos. Alguns pesquisadores acreditam, porém, que a erva utilizada
originalmente pelos chineses era de outra espécie.
O nome ginseng é derivado de uma palavra chinesa que
significa "raiz-homem", porque a raiz da planta tem um formato
semelhante às pernas de um homem. Importante dizer que algumas ervas são
classificadas erroneamente como ginseng, de forma que é preciso prestar bastante
atenção aos vários compostos que são encontrados no mercado, vendidos com
promessas milagrosas.
Efeitos –
Historicamente, o ginseng é utilizado para melhorar o estado de estresse e
cansaço, devido às suas propriedades chamadas "adaptogênicas". Com
isso, parece estar associado a uma melhora do bem-estar e a um aumento da
habilidade em lidar com os fatores estressores (ambientais, fisiológicos e
emocionais). Além disso, outros efeitos seriam a redução da suscetibilidade às
doenças e também a diminuição dos danos causados por tratamentos como a
quimioterapia e a radioterapia.
Os extratos de ginseng contêm diversas substâncias, mas as
principais são as chamadas ginsenosídeos. Esses compostos possuem uma estrutura
semelhante a certos hormônios que o nosso organismo produz, e suas ações podem
ser devidas à sua ligação aos receptores para esses hormônios. Essas ações
afetam diversos sistemas em nosso corpo, incluindo o estímulo à liberação de
certos hormônios reguladores e a ativação da produção de proteínas e de
colesterol. Os estudos já realizados sugerem que o ginseng pode ajuda a reduzir
os níveis de uma substância chamada cortisol, em pacientes com diabetes, e
ajuda a elevar esses níveis naqueles pacientes sem diabetes. Isso é importante,
porque uma das ações do cortisol é elevar a taxa de glicose no sangue, o que é
prejudicial principalmente aos diabéticos. Acredita-se também que algumas das
substâncias encontradas no ginseng atuem na melhora do aprendizado e da
memória, tenham efeito sedativo e de redução da pressão arterial. Outro grupo
de compostos teria ações estimulantes sobre o sistema nervoso.
Os estudos realizados com o ginseng têm mostrado que os
efeitos desse fitoterápico dependem da dose utilizada. Por exemplo, foi
mostrado que o uso em baixas doses leva ao aumento da pressão arterial,
enquanto altas doses ajudam a reduzir a pressão. Como já comentamos, o ginseng
tem efeitos benéficos para os pacientes que são submetidos à quimioterapia,
ajudando a reduzir a perda de peso e a estabilizar o sistema imune, ajudando a
proteger o organismo de alguns efeitos colaterais desses tratamentos.
Apesar de todos esses efeitos relatados, a maioria dos
estudos realizados apresentou resultados discordantes. Acredita-se que isso se
deva à qualidade variável das preparações de ginseng utilizadas. Além disso, os
estudos não apresentam qualidade satisfatória, que permita a formulação de
conclusões definitivas.
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