Mas desta vez, o último capítulo da novela não teve final feliz...
Por César Carvalho
Parecia até cena de novela, mas o fato aconteceu na vida real. O romance entre Iracema e Januário, tinha tudo para dar certo. Tudo parecia estar indo muito bem durante os inúmeros encontros românticos mantidos pelo casal de namorados, parecia um par de pombinhos apaixonados. Ela, moradora de São José do Ribeirão, distrito Bom Jardim – onde mantém uma biblioteca comunitária – tinha sonhos altos, como ser dona de confecção de lingerie e de ser vereadora, cargo para o qual se candidatou na última eleição.
Mas o sonho político naufragou em apenas doze votos. Só restou então a Iracema contar com o apoio do noivo, para tocar a confecção. E a união entre os dois prometia. Jan – como ela carinhosamente o chamava – havia dito para ela que era fazendeiro. Além das muitas juras de amor eterno, ela também ouviu dele promessas de ajuda financeira e o dia do casamento foi marcado para logo após a eleição.
A noiva encomendou bolo e refrigerante, enfeitou o salão e chamou os convidados – amigos, parentes e vizinhos – para a festa. No dia D, a casa estava cheia, mas na hora H, o convidado principal não apareceu, “deu bolo”, ou melhor, deixou Iracema literalmente, “com o bolo na mão”... e desapareceu, sumiu, sem deixar vestígios. Iracema ficou triste, chorou, foi consolada pelos amigos, experimentou um misto de tristeza e ódio... Chorou mais ainda quando começaram a chegar as primeiras contas de cartão de crédito e telefone celular de Iracema, que ele, com desculpas de fazer os preparativos e as compras para o casamento e convidar parentes e amigos, havia usado e abusado, com promessa de pagar depois e ela, ingenuamente, concordou.
Agora, ao olhar o monte de contas sobre a mesa e a foto do solitário bolo em seu celular, sua raiva só faz aumentar. A psicanálise explica que o limite entre o amor e o ódio é muito tênue, mas Iracema garante que não tem mais volta. Será?
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