O acesso à internet banda larga via rede elétrica, pela tomada de casa, será possível em breve. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acaba de aprovar as regras para o uso da tecnologia conhecida como “Power Line Communications” (PLC). O sistema permite o uso da energia elétrica como meio de transporte de sinais de internet, vídeo e voz.
A tecnologia poderá chegar às grandes cidades dentro de 12 a 18 meses, segundo especialistas. A grande rede elétrica do país deverá agilizar e ajudar o esforço da inclusão digital feito pelo Governo federal.
A norma prevê que as distribuidoras de energia terão que criar subsidiárias para explorar o serviço. Outra determinação da agência é que qualquer lucro obtido com o serviço terá que ser repassado para reduzir as contas de luz.
Como utiliza infraestrutura já disponível, não necessita de obras e investimentos em uma edificação para ser implantada. “Um ponto de energia pode ser uma tomada para ligar o eletrodoméstico e, simultaneamente, um ponto de rede de dados para a provedora de internet ou TV por assinatura”, explicou a Aneel, em nota.
Segundo a agência, a medida representará redução de custos aos consumidores, pois poderão contar com a “apropriação” de parte dos “lucros adicionais” obtidos por meio da cessão das instalações de distribuição, em benefício de tarifas mais baixas.
Acesso à rede pela tomada elétrica pode estimular inclusão digital
Segundo a norma (http://oujdg.tk), a infraestrutura das distribuidoras de energia será compartilhada com empresas provedoras de acesso à internet, o que significará um importante estímulo à inclusão digital. Afinal, 95% da população brasileira têm acesso à eletricidade por intermédio de 63 concessionárias e 24 cooperativas, que levam energia a 63,9 milhões de unidades consumidoras.
Em termos do nosso bolso, um dos pontos positivos dessa novidade é que parte dos ganhos das distribuidoras com a locação da rede para transmissão de dados será aplicada no barateamento das tarifas elétricas que pagamos.
Outra vantagem é o acirramento da competição entre os provedores internet, pois a conexão via PLC começará a brigar com as formas de acesso já existentes – linha discada, DSL, via cabo, WAP e 3G. Para o consumidor é uma boa, pois, com a disputa, os preços podem cair.
Desde 2006, a ANEEL já vinha batendo cabeça com essa questão de regulamentação do PLC, que esteve em audiência pública de 12 de março a 13 de maio de 2009, período em que a agência recebeu 163 contribuições de agentes do setor elétrico e de telecomunicações, associações de classe e consumidores.
Com o PLC, a tomada elétrica que temos na parede em casa pode se tornar um ponto de rede de dados para o provedor de internet ou de TV por assinatura, por exemplo.
A princípio, as distribuidoras de energia não poderão ser provedoras de internet, pois, de acordo com a lei, elas só podem prestar seu serviço original, qual seja, distribuição de energia. No entanto, como no Brasil sempre há um jeitinho, a própria norma prevê que elas poderão criar subsidiárias para essa finalidade.
Mas as distribuidoras poderão, sim, usar a tecnologia de transmissão de dados quando aplicada às atividades relacionadas à própria distribuição de energia elétrica. É o chamado "Smart Grid", que incorpora os serviços de telemedição, corte e religamento à distância, supervisão do fornecimento e da qualidade da energia, controle das perdas técnicas e comerciais e monitoramento remoto das redes elétricas.
Entretanto, nem tudo deve ser flores com o advento do novo sistema. Também um provável fluxo de detestável spam poderá advir da aprovação da internet via PLC. É que, também desde 2006, circula via e-mail um falso boato (hoax), atribuído a um professor português, dando conta de que a dita tecnologia “causa câncer e que, por isso, foi proibida na Alemanha, Itália, Japão e outros países”. Não perca seu sono com isso. É tudo xaveco, ou seja, grossa mentira.